Segundo o Ministério da Saúde, a baixa umidade do ar requer cuidados, principalmente para as pessoas que já têm ou tiveram sintomas de doenças respiratórias e comprometimento coronário.
O ar seco que atinge São Paulo e outras regiões do país merece atenção, afinal, essa condição eleva a concentração de poluentes, e pode aumentar em 50% o risco cardíaco de pessoas com alguma vulnerabilidade, como comprometimento coronário. O risco aumenta porque para manter a pressão arterial com os vasos dilatados (uma das características de quem possui doenças cardíacas), o coração precisa trabalhar e bater mais forte. Além do coração fazer mais esforço, os poluentes do ar promovem uma irritação no pulmão.
“A desidratação pelo ar seco também preocupa, pois quando a umidade do ar está baixa, o pulmão continua necessitando de um ar com 100% de saturação. É importante saber que a desidratação traz, também, outras consequências graves, como maior risco de trombose e sobrecarga ao coração. Com isso, o coração se vê obrigado a trabalhar mais depressa”, diz Dr. Abrão Cury, cardiologista e clínico geral do HCor (Hospital do Coração).
Baixa umidade do ar e o aumento da incidência de doenças respiratórias
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a umidade do ar ideal compreende a faixa entre 50 e 80%. Entretanto, em algumas épocas do ano, como no inverno, ela tende a cair, inclusive, abaixo de 30%. As regiões Centro-Oeste e Sudeste são, geralmente, as mais prejudicadas. Nestes estados, há um significativo aumento de buscas por atendimento médico, principalmente por pessoas alérgicas. Isso acontece porque as mucosas costumam ressecar e inflamar nestes períodos.
De acordo com o pneumologista do HCor (Hospital do Coração), Dr. João Marcos Salge, os cuidados com a saúde começam sempre com uma boa hidratação e alimentação saudável. “Neste período é sempre importante assumir uma alimentação saudável e se hidratar bastante. Outra dica é, quando estiver em casa, deixar o ambiente livre para a circulação de ar, bem limpo e sem a presença de objetos que acumulem poeira como cortinas, carpetes e bichos de pelúcia”, orienta Dr. Salge.
Com a queda da umidade, além do ar poluído, as vias aéreas ficam mais ressecadas, o que favorece a intensificação de problemas respiratórios. “Tanto ressecamento pode causar até sangramentos no nariz, mas uma boa dica para quem tem problemas respiratórios como rinite e sinusite é a utilização de soro fisiológico para hidratar as narinas. Além disso, algumas atitudes em casa ajudam a diminuir os transtornos como o uso de cortinas leves e que possam ser lavadas mais facilmente, a utilização de panos úmidos para a limpeza, evitando as vassouras, e a colocação de bacias com água em ambientes da casa”, explica o pneumologista do HCor.
Confira algumas dicas para amenizar os desconfortos causados pela baixa umidade do ar:
• Ingerir bastante líquido;
• Espalhar panos ou baldes com água em ambientes da casa, principalmente no quarto, ao dormir, ou utilizar umidificadores de ar;
• Evitar grandes aglomerações;
• Evitar carpetes ou cortinas que acumulem poeiras;
• Evitar roupas e cobertores de lã ou com pelos;
• Evitar exposição prolongada à ambientes com ar-condicionado;
• Manter a casa higienizada, arejada e ensolarada;
• Lavar nariz e olhos com soro fisiológico algumas vezes ao dia;
• Trocar comidas com muito sal ou condimentos por alimentos mais saudáveis;
• Evitar exercícios físicos entre às 10 horas da manhã e às 05 horas da tarde.
Fonte: Hospital do Coração